Obras de Dias-Pino e de Sodré devem ser entregues em dois meses

As obras dos gigantes Wlademir Dias-Pino e Adir Sodré, ‘retiradas’ da Praça 8 de Abril, devem ser devolvidas ao local dentro de dois meses.

Carlina Jacob não discutiu o que considera “passado” e fez questão de desfazer a polêmica em torno da perda da obra de cinco metros de Dias-Pino e rebater a expressão “réplica”, optando por “restituição” da obra: “Dias-Pino fez um projeto que foi executado pela Penalux. [A escultura] foi feita pelas mãos dele. Como estava muito detonada, a Penalux fará o mesmo projeto [de novo].

Sobre o mural de Adir Sodré, que partiu em 2020, Carlina explicou que nova obra, escolhida pela família do artista, será reproduzida. E minimizou, novamente, o necessário refazimento, registrando que a obra original, coberta de tinta verde da identidade visual da Prefeitura de Cuiabá, também não havia sido pintada pelas mãos de Sodré. “[Foi] a mesma coisa: ele deu a obra e um artista pintou lá”.

Não será, no entanto, o mesmo mural, por questões de direitos autorais. Será “uma obra dele, selecionada pela família, por um artista escolhido pela família, tudo nos conformes”.

O artista em questão é Luzinan Alves de Oliveira – conhecido por reproduzir em muros telas de outros artistas, conforme anunciou Emanuel Pinheiro no vídeo. O prefeito reconhece que as obras são “símbolo da alma da cuiabania”, garante a restituição da obra de Dias-Pino “com todas as honras de estilo, exatamente como era” e anuncia que “o inesquecível presente do Adir Sodré será agora eternizado nas mãos, na arte do grande Luzinan”.

https://youtube.com/watch?v=BWI9Uf2LtTc

“É o nosso encontro, o nosso respeito com a classe cultural cuiabana, que faz a diferença, faz a história e resgata o próprio perfil da nossa sociedade. Cuiabá merece e o nosso setor cultural merece”, encerra o prefeito.

Em notícia publicada nesta sexta-feira (06), a Secretaria de Cultura declarou ver a praça, depois da devolução das obras, como um centro cultural a céu aberto, por se configurar como “uma galeria livre no coração da cidade” e porque o coreto está preparado para receber, novamente, apresentações culturais.

A ‘retirada’ das obras

A praça – espaço de grande representação cuiabana, não só por marcar o aniversário da cidade no nome – passou por reforma em 2019 e, quando reinaugurada em dezembro do mesmo ano, nem a escultura de cinco metros de altura de Dias-Pino, nem o mural de Adir Sodré estavam lá. A fonte gigante foi substituída por uma instalação genérica e os traços do artista plástico, pela cor verde – identidade visual da atual gestão municipal.

A situação foi muito questionada pela classe cultural desde então e a Prefeitura resolveu, no início de 2020, rever as intervenções na praça. No entanto, a obra de Dias-Pino desapareceu e, infelizmente, Adir Sodré faleceu no mesmo ano.

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