Claudecy Oliveira Lemes, um megafazendeiro com 11 fazendas em Barão de Melgaço, Mato Grosso, enfrenta graves acusações de crime ambiental após alegadamente gastar R$ 25 milhões em agrotóxicos para desmatar ilegalmente 80 mil hectares do Pantanal. O objetivo de Lemes era substituir a vegetação nativa por pastagens para gado, utilizando um desfolhante químico conhecido por sua utilização na Guerra do Vietnã, segundo investigações.
O produto químico, contendo a substância 2,4-D, parte da composição do agente laranja, foi pulverizado de avião, afetando severamente não só a flora local, mas também a fauna e as reservas de água da região. As consequências do uso desse herbicida são visíveis nas extensas áreas cinzentas no Pantanal, onde as árvores perderam todas as suas folhas devido ao desfolhamento químico.
A justiça já interveio, colocando as fazendas de Lemes sob administração de uma empresa terceirizada durante as investigações. O historial de Claudecy inclui múltiplas infrações ambientais desde 2019, com autuações que totalizam quase R$ 3 bilhões em multas propostas e mais R$ 2,3 bilhões exigidos para a recuperação dos danos causados.
Os envolvidos no caso, incluindo o piloto do avião e um agrônomo acusado de selecionar os agrotóxicos, também estão sob escrutínio. Enquanto a defesa de Lemes afirma que ele estava cumprindo um acordo de reposição florestal com o Ministério Público, as autoridades continuam a investigar a extensão total do impacto ambiental e a buscar justiça para o ecossistema devastado.