Ambientado na Cuiabá contemporânea, o curta-metragem Fraternal, escrito e dirigido por Túlio Paniago, é protagonizado por duas personagens, Célia (Vera Capilé) e Luiz (Romeu Benedicto), que são, respectivamente, mãe e filho.
Confinados em casa, eles vivem cada vez mais isolados socialmente e próximos entre si, até porque a vulnerabilidade da mãe, recém-recuperada após ter beirado a morte, requer atenção especial do filho.
O projeto foi contemplado em edital da Lei Federal Aldir Blanc em Cuiabá, executado pela Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer e com apoio do Conselho Municipal de Política Cultural.
Toda a equipe fez testes um dia antes do início das gravações. Todos testaram negativo para covid-19. O uso de máscaras e álcool em gel foi condição obrigatória dentro do set de gravação.
As filmagens já foram concluídas. A estimativa é que o material seja finalizado até o fim de abril.
Filme de atuação
Fraternal é um drama familiar ponteado por eventuais alívios cômicos. O roteiro apresenta alguns diálogos extensos e densos. Trata-se de um “filme de atuação”, termo pelo qual se convencionou chamar produções centradas especialmente no trabalho de atores e atrizes.
Neste sentido, visando potencializar a assimilação da carga dramática de cada personagem e da própria relação entre mãe e filho na ficção, Vera e Romeu passaram por uma preparação de elenco conduzida por Tatiana Horevicht.
Vera Capilé é Célia, uma idosa que acabou de receber alta após ficar internada com covid-19. Embora esteja debilitada física e emocionalmente, é uma personagem forte, o que exigiu uma delicada modulação na interpretação.
“Procurei retratá-la como uma pessoa frágil, mas nem tanto, pois em várias cenas podemos ver sua força e domínio de tudo à sua volta”, revela. Vera é uma das principais vozes de Mato Grosso. Dona de uma trajetória irretocável na música, já havia feito trabalhos ligados ao audiovisual, mas esta é a primeira obra que protagoniza.
Romeu Benedicto faz o filho de Célia. Conhecido por criar o popular Totó Bodega, Romeu transita com naturalidade entre o cômico e o dramático. Ele pontua que aprende um pouco com cada personagem que interpreta. No caso deste filme, destaca que Luiz lhe rendeu um grande aprendizado pessoal, pois é “alguém que vive o que resta da vida, não o que se perdeu dela”.